As confecções Vesticon no Tortosendo (Covilhã) vão encerrar e deixar 95 trabalhadores no desemprego, adiantou à Agência Lusa o presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa (STBB), Luís Garra, que pede "uma investigação séria" à empresa.
"A administração anunciou que vai avançar com um processo de insolvência", explicou o dirigente sindical. Dentro da fábrica, o último dia do ano foi também o último dia de trabalho, sem qualquer garantia quanto ao pagamento do mês de Dezembro e 13º mês.
"Aos trabalhadores resta avançar com a suspensão ou rescisão dos contratos", conforme os casos, acrescentou. Dos 205 trabalhadores que existiam no início do ano, estão vinculados à empresa 55 que continuavam a trabalhar e outros 40 com contratos suspensos.
A Vesticon beneficiou durante 18 meses do pagamento de 50% dos salários por parte da segurança social, período após o qual os salários começaram a atrasar-se e a que se seguiu um primeiro processo de insolvência, em Março.
Na ocasião, foi apresentada uma proposta de reforço de capital com um sócio inglês "que nunca apareceu", recordou Luís Garra, ao mesmo tempo que "o administrador principal se nomeava a ele próprio como administrador único, que depois abandona a empresa".
"Este processo justificava só por si uma investigação muito séria", sublinhou.
Para o sindicalista, a Segurança Social deveria desencadear uma averiguação do que se passou na gestão da Vesticon. "Se lá meteu 50 por cento dos salários durante 18 meses e no fim se entra num processo de destruição da empresa, a Segurança Social tem todo o direito e até o dever de desencadear essa investigação".
Sem apontar nomes, Luís Garra recusa-se a levantar suspeitas: "foram questões conjunturais, má gestão? Não podemos pensar que é sempre má fé, mas no mínimo deve averiguar-se. Em qualquer país civilizado é uma questão natural, não é nada que tenhamos que exigir".
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