segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Sabe quem era o cabeça de lista do partido em que votou?

Da leitura aos resultados eleitorais no Distrito de Castelo Branco, conclui-se que estes seguiram a tendência Nacional, forte subida do CDS e do Bloco de Esquerda e ligeiras subidas do PSD e da CDU. O PS viu neste distrito a sua queda ser ainda maior que a média a nível Nacional – 14,19% dos votos, penalizando assim de forma inequívoca o abandono a que José Sócrates votou o distrito durante os quatro anos e meio de governação.

O PS foi duramente castigado por políticas, que foram contra a grande maioria da população Portuguesa, perdendo a sua preciosa maioria absoluta. O PSD com Manuela Ferreira leite à sua cabeça, não só não conseguiu resultado muito melhor que anteriormente Santana Lopes tinha conseguido, como com a sua postura perante o povo, permitiu ao eleitorado de direita de facto, que fosse votar no seu partido de origem o CDS, não julgando ser o PSD voto útil. O Bloco de esquerda conseguiu de forma demagógica (digo eu) cativar a grande fatia dos descontentes com a governação do PS na última legislatura. Relativamente à CDU, não soube ou não foi capaz de capitalizar o descontentamento geral da população e isso reflectiu-se numa votação muito próxima da de 2005, subindo somente 0.32% dos votos e alcançando mais um deputado, longe assim dos grandes vencedores das eleições, o CDS e o Bloco.

Curioso é o método de contagem de votos para a eleição de deputados (método de hondt) que permite eleger deputados, por vezes com mais ou menos 100 votos. Veja-se o caso do PSD que teve mais 6.395 votos que em 2005 e deu-lhe direito a mais 6 deputados, ao passo que a CDU crescendo 14.165 votos lhe valeu apenas mais 1 deputado.

No entanto parece-me importante referir que mais uma vez a população do Distrito não votou na eleição para deputados mas sim no seu clube preferido. Não teve em conta o valor das pessoas preferindo ir na onda e votar no partido que mais na moda estiver. Nas eleições autárquicas é comum ouvirmos dizer que os partidos não interessam mas sim as pessoas, então não percebo porque é que nestas eleições não devemos votar nos candidatos a deputados que nos parecem mais capazes de fazer chegar as reivindicações do nosso distrito junto do poder central.

Hoje gostaria que alguém fizesse uma sondagem e já depois das eleições realizadas com a seguinte pergunta; Sabe quem era o cabeça de lista do partido em que votou?



Arrisco afirmar que mais de 60% dos votantes responderiam não saber, não conhecer nem tão pouco saber o que já fizeram pelo distrito ou o que fazem. Acho isso profundamente lamentável depois de tantos anos de democracia neste País.

Destes resultados ressalta ainda que o candidato que publicamente apoiei não alcançou os objectivos a que se tinha proposto. Subiu o número de votos e respectiva percentagem em relação às últimas eleições legislativas mas muito pouco para conseguir dar voz a população do distrito no parlamento nacional. Os trabalhadores deste distrito não quiseram que aquele que nas horas amargas os tem sabido defender fosse eleito deputado.

Poderemos analisar da seguinte forma o voto dos trabalhadores. Primeiro, não queriam nem gostavam do candidato Luis Garra, o que me parece exagerado, mas pode ter acontecido. Segundo, não querem de forma nenhuma que Luis Garra abandone o trabalho que tem feito ao longo de quase uma vida em prol da sua defesa. Em conversa com alguns trabalhadores foi-me dito claramente isso. Nós gostamos muito do Luís, mas se for eleito para deputado quem é que nós temos na região para nos defender? Parece-me ter alguma consistência esta segunda tese, e a ser assim Luís Garra no rescaldo destes resultados deverá ficar orgulhoso por saber que os trabalhadores o querem junto deles?






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