quinta-feira, 28 de maio de 2009

Manto de algas cobre o Tejo Internacional

O rio está coberto por um manto verde de algas originado pela poluição vinda de Espanha. A imagem foi captada pela associação ambientalista Quercus na zona de Castelo Branco.


O Rio Tejo está coberto de algas ao longo de 50 quilómetros na zona raiana. A poluição provocada por descargas de esgotos urbanos e industriais e de pesticidas usados na agricultura intensiva estão na base da eutrofização deste rio internacional que nasce em Espanha, a 800 quilómetros da fronteira portuguesa.
A denúncia foi feita hoje pela associação ambientalista Quercus, que fotografou um troço do rio no distrito de Castelo Branco. Na foto vê-se o manto verde originado pelo "aumento de nutrientes associado à redução do caudal e à subida da temperatura que deram origem a uma multiplicação descontrolada de algas verdes e de cianobactérias (algas azuis) e outras plantas aquáticas".
Segundo a Quercus este fenómeno "provoca diversos efeitos nocivos", designadamente a diminuição da transparência da água que reduz a penetração da luz e a concentração de oxigénio vai diminuindo e pode levar várias espécies a desaparecer.
Os ambientalistas apontam o dedo à "falta de monitorização em Espanha", uma vez que, segundo a Confederação Hidrológica Espanhola, "só têm informação sobre a qualidade da água de 2,17% do total das águas superficiais do Tejo".Com a subida das temperaturas na Primavera o fenómeno deixou de ser um exclusivo do Verão. Já no ano passado detectaram algo semelhante em Abril e Setembro. Porém, este ano, a extensão do problema agravou-se ao longo de 50 km de rio.
A Quercus lamenta que as questões de qualidade da água tenham ficado "infelizmente fora da Convenção de Albufeira", assinada pelos Governos de Lisboa e de Madrid. E critica "o atraso" de Portugal e Espanha "na definição de medidas técnicas, jurídicas, administrativas relativas ao controlo da poluição de ambos os lados da fronteira". A Directiva-Quadro da Água indica que todas as massas de água devem atingir "o bom estado ecológico" até 2015.

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