terça-feira, 27 de setembro de 2011

Covilhã pode incubar empresas de tecnologias na área da saúde

O presidente da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) na Universidade da Beira Interior (UBI), Miguel Castelo Branco, admite que nos próximos anos a Covilhã poderá incubar um grupo de empresas de tecnologias na área da saúde, avança a agência Lusa.
 
Ainda este ano, a universidade vai começar a construir o UBI Medical, um parque tecnológico de saúde, cujos edifícios vão nascer em terrenos ao lado da faculdade e do Hospital Pêro da Covilhã.
 
A obra está orçada em 2,5 milhões de euros e aguarda visto do Tribunal de Contas para ser iniciada.
 
O UBI Medical deverá ter um impacto reduzido na área pedagógica da FCS, “mas será muito importante para dinamizar áreas de investigação viradas para soluções concretas, com novas empresas e próximas da comunidade”, diz aquele responsável.
 
Miguel Castelo Branco espera que a investigação que já existe na FCS seja alargada à cooperação com outras faculdades da universidade.
 
Actualmente há já colaborações com cursos na área das engenharias para testar sistemas inovadores.
 
Dois dos estudos envolvem equipamento de monitorização de parâmetros vitais à distância (em que um paciente pode estar em casa, mas ligado a um hospital) e sensores para segurança em voos, explicou.
 
Para o presidente da FCS, “não é utópico pensar num cluster de empresas ligadas às ciências da saúde na Covilhã. Há passos dados, como o UBI Medical, em que a intenção é essa”.
 
A primeira faculdade com curso de Medicina do interior do país está a comemorar o 10.º aniversário, com cerimónias oficiais agendadas para 15 de Outubro.
 
Desde que foi criada, surgiram também curso de Medicina na Universidade do Minho (em simultâneo) e na Universidade do Algarve.
 
Miguel Castelo Branco considera que “Portugal não precisa de mais faculdades de medicina”. O país precisa, na sua opinião, “que haja uma maior responsabilização das faculdades em relação às próprias regiões em que estão inseridas, uma responsabilidade social”.
 
Para além de formarem médicos, as instituições “devem realizar levantamentos epidemiológicos nas regiões em que estão inseridas, analisar as melhores condutas para cuidados de saúde locais e incentivar e colaborar na investigação de dispositivos médicos”.
 
Faculdade quer hospitais a cooperar para fixação de médicos formados na região
 
Os hospitais da Beira Interior têm de “cooperar mais”, para que as especialidades ganhem dimensão, abram “mais vagas para formação” e se fixem mais médicos formados na região, defende o presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da Covilhã.
 
Desde 2008, ano em que os primeiros médicos formados na Universidade da Beira Interior (UBI) iniciaram o internato de especialidade (formação de vários anos que fixa os médicos após o curso), houve 69 vagas abertas nos hospitais da Covilhã, Guarda e Castelo Branco para candidatos de todo o país.
 
No mesmo período foram formados 240 médicos na faculdade da Beira Interior e só 11 conseguiram ficar a aprender uma especialidade na região.
Miguel Castelo Branco, presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI – instituição a comemorar o 10.º aniversário, com actividades agendadas para 15 de Outubro - assegura que “há mais quem queira fixar-se, só não ficam porque não há mais vagas”.
 
As especialidades dispersas pela região têm funcionado “com base na organização de cada um dos hospitais”, mas o presidente da faculdade defende que seja feito “um esforço” para “trabalharem em conjunto”.
 
As vagas são aprovadas para cada especialidade pelo Ministério da Saúde e Ordem dos Médicos com base em vários pressupostos, entre os quais, o número de médicos disponíveis em cada hospital.
 
O tipo de dimensões actuais, “na generalidade das especialidades, são insuficientes para a região conseguir ter mais espaços formativos” que contribuam para fixar mais médicos, alerta.
O presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI considera que os desentendimentos entre os três hospitais, na última década, sobretudo quando se discutiu a fusão de maternidades, não devem levantar dúvidas sobre as possibilidades de cooperação.
 
Segundo refere, “o caso das maternidades foi provavelmente o mais complexo: noutras especialidades penso que é perfeitamente possível trabalhar no sentido de encontrar cooperação”.
 
Miguel Castelo Branco diz acreditar que os alunos formados na UBI podem distinguir-se por terem “um melhor conhecimento da área da medicina geral e familiar, uma vez que o curso tem uma ênfase muito precisa nessa área”
 
Fonte: RCM PHARMA

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